quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Faz dias que eu quero escrever, mas não arranjo tempo! Não entendo... São só duas crianças e uma casa pra limpar, comida pra fazer, roupa pra passar... Por que será? Só sei que quando chega meia noite eu percebo que é melhor ir dormir e aí, o dia já se foi!

Essa semana começou a época da "tosa" aqui em casa. Os primeiros foram os casos mais preocupantes: Vidal e Felipe. O Vidal já estava passando do ponto crítico. Ele tem bastante cabelo e é muito grosso (o cabelo, não o Vidal!). Teve um dia que eu olhei pra ele e disse: "Você está me lembrando alguém, mas eu não consigo saber quem é..." Foi aí que eu percebi que o caso dele era grave. Eu estava pensando no Michael Jackson no início de carreira! Sacanagem... Acho melhor dizer que ele parecia o Toni Tornado quando cantava "... na BR3... " (só lembro desse pedacinho).

O Felipe não estava em situação muito melhor. Vi que ele já estava com um tique de jogar a cabeça pra trás quando queria tirar o cabelo dos olhos. Sei lá, achei aquilo meio feminino...

Enfim, eles foram a um salão aqui na frente de casa para fazer a dita "tosa". Foram atendidos por... bem... um rapaz... Vocês podem imaginar. Mas o resultado foi bom! Olha só que fofos!


Na semana que vem é a minha vez. Esses dias me olhei no espelho mas demorei para conseguir ver alguma coisa, o cabelo não deixava. Fiz um rabo de cavalo! Sabe que fazia tempo que eu não via minhas sobrancelhas? Minha situação não é menos crítica do que a deles: estou parecendo o Capitão Caverna! Vamos ver se o... hum... rapaz aí da frente consegue dar um jeito!

Logo, logo é a Ana Luíza que vai entrar na dança. Já está com os cabelinhos passando das orelhas, veja só! (Ah! Falando nela... Já está conseguindo sustentar o pescoço sozinha... Que precoce, né?)

Mudando de assunto! Coloquei no Álbum de fotos as imagens do nosso possante. Atenção meninas, a próxima parte dessa mensagem não deve interessar a vocês. Pra mim, se um carro tem quatro rodas e anda, está valendo. Quer dizer, aqui tem um outro requisito que é fundamental: ar quente! O Vidal fica meio decepcionado, mas o que é que eu posso fazer?

Brincadeira! O carro é super legal e, segundo o Vidal, foi um excelente negócio. Vou dar as características "técnicas" para os meninos que estiverem lendo isso aqui: é um Mazda, 94, a gasolina, com 64.000Km. Está super conservado. Nem parece um carro que já tem dez anos! E, o principal: nos leva aonde a gente quiser ir (e tiver dinheiro pra pagar o combustível)! As fotos estão disponíveis aqui.

Falando em dinheiro, vou contar uma historinha sobre a compra do carro. Só pra vocês verem que nem tudo no primeiro mundo é melhor do que o que temos aí. Nosso sistema bancário, por exemplo, é show! Também, com tantos planos econômicos, nós já podemos ser exportadores dessa tecnologia...

O que aconteceu foi o seguinte: o Vidal fechou o negócio do carro, pagou a reserva (100 Euros) e o resto ficou de levar na segunda-feira, 5 de janeiro. Nessa época ainda não tínhamos talão de cheques (outra longa história que eu conto outro dia), portanto, precisávamos fazer o pagamento em dinheiro. Temos um limite diário para saque em qualquer cartão, seja de crédito ou da nossa conta bancária no Brasil, então, seriam necessários vários saques até chegar ao valor do carro. Esse limite varia conforme a cotação e gira em torno de 250 Euros (dependendo de um monte de coisas como limite da conta, se é cartão de crédito ou débito, etc.). Meu pai estava por aqui ainda e eles juntaram todos os cartões cuja senha conheciam e faziam um tour diário pelos caixas automáticos de Nantes. Os saques começaram em 30 de dezembro, mas só podiam ser feitos em dias úteis, o que foi um problema, já que essa época foi cheia de dias "inúteis".

Pra resumir, o Vidal conseguiu tirar todo o valor necessário. O problema é que o dinheiro que sai em caixas eletrônicos geralmente é trocadinho. Aqui vem em notas de 20 ou 50, no máximo. Achamos que seria meio chato chegar numa loja e comprar um carro em dinheiro e ainda tudo "picadinho". Tudo bem, a gente já quase não tem mais orgulho próprio, mas chegar lá e despejar notas no balcão... Achamos que seria humilhante demais! O que fazer? Nada mais simples! O Vidal foi ao banco onde temos conta, na agência onde temos conta e falou com o caixa: "Tirei esse dinheiro no caixa eletrônico e gostaria de trocar as notas menores por notas de 500". E o rapaz disse: "C'est impossible, Monsieur!". Eu sei que dá pra perceber o que ele disse, mas, como imagino que vocês também não vão acreditar, vou traduzir: "É impossível, Senhor". (Eles são sempre muito educados. Até quando rola o maior barraco chamam sempre o outro de Senhor, Senhora ou Senhorita...).

O Vidal ficou perplexo. Aí ele fez uma pergunta, imaginando a resposta, mas já totalmente chocado: "E se eu depositar esse dinheiro na minha conta e, em seguida, fizer um saque no mesmo valor. Aí você pode me dar em notas de 500?", ao que o gentil funcionário respondeu: "Bien sûr, Monsieur!". Traduzindo, "É claro, Senhor!". Dá pra acreditar nisso? Acho que no Brasil, qualquer banco adoraria receber dinheiro trocado...

Tem muito mais coisas sobre sistema bancário pra contar. Mas vai ficar pra outro dia. Tenho de voltar à minha "faina doméstica". Instaurei a época da faxina! Essa semana já me atraquei com o piso da sala. Tinha manchas horrorosas e estava imundo. Passei a manhã inteira esfregando. Quando terminei, parei, olhei tudo e fiquei... sem peso na consciência, porque esfreguei essa coisa um tempão e não adiantou nada!!!! Aliás, ficou pior! A sujeira de certa forma dava uma enganada nas manchas. Saiu a sujeira, as manchas apareceram com força total! Acho que vou ter de radicalizar e despencar água sanitária nele. Ele não vai me vencer assim tão fácil!

Hoje é o dia do mofo... Essa é uma história nojenta demais, mas só vou contar quando ela chegar ao fim...

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