terça-feira, janeiro 31, 2006

Adeus Ano Velho!
Feliz Ano Novo!!!


Ahnn? O que? Ah! Não é 31 de dezembro?! Já é 31 de janeiro?!!!!!! Mas que coisa! E eu nem percebi...

Falando sério e numa linguagem bem didática além de super científica: o bicho tá pegando por aqui! Nada de grave, mas com certeza algum engraçadinho andou roubando horas dos dias, não é possível! Como fiquei quase dois meses sem dar notícia, vou compensar dando várias delas hoje...

O fim de ano foi bem... Minha mãe veio ficar um mês conosco e nós fomos até o leste da França. A idéia foi minha. Eu disse pro Vidal: “Já que vamos estar por aqui mesmo, então eu quero ter um Natal como a gente vê em decoração de shopping. Neve pra tudo que é lado.” A cidade escolhida foi Strasbourg e realmente a gente se sente dentro de um presépio. O problema foi, justamente, a tão famosa e desejada neve...

Um estrangeiro que vai pro Brasil e tenta sambar é ridículo, não é? Então porque é que a gente acha que pode enfrentar a neve tendo vivido a vida toda longe dela? Fica igualmente ridículo, posso garantir pra vocês. Pelo menos a gente não tentou esquiar, aí sim o mico seria geral! Um dia (se o Paulo e a Lígia me permitirem) eu vou contar nossa experiência nesse tipo de esporte, mas vai ser em outra ocasião.

Nos dois primeiros dias não tinha nada de neve, mas, pra compensar, nos dias seguintes nevou um monte como não acontecia há vários anos! Antes de sair a gente se informou com os “nativos” pra saber se precisaria de algum equipamento especial de neve e o que ouvimos como resposta foi: “Não, imagina... Vocês vão passar só por auto-estradas e cidades grandes. Esse tipo de pista é preparada pra não acumular, não precisa nada de especial, não.” Juro que não pensamos coisas muito gentis sobre o pessoal que nos disse isso quando estávamos em plena tempestade de neve, no meio de uma auto-estrada, vendo os carros saírem da pista na nossa frente, levando uma hora e meia pra andar 50Km. Se existe o record de pais nossos e aves marias por segundo, eu bati! Mas no fim, tudo acabou bem e isso é que é importante!

Depois de Strasbourg nós fomos até Helmstedt na Alemanha. Essa foi realmente uma das coisas mais legais que já me aconteceram e que eu jamais poderia imaginar! Graças ao Orkut, uma amiga do colégio, chamada Alessandra, me encontrou nessas quebradas cibernéticas da vida. Foi no início do ano passado. E-mail vai, e-mail vem, ficamos sabendo que éramos “vizinhas”. Ela está casada, tem dois filhos e mora na Alemanha (o marido é alemão). Como já tínhamos programado ir até Strasbourg no Natal, eu achei que não custaria nada dar um “pulinho” de 600Km pra ir até a casa dela. Fazia 20 anos que a gente não se via! Foi realmente um momento MUITO legal!

Não dá pra descrever o quão bem eles nos receberam! E até que conseguimos nos comunicar, mesmo com a barreira da língua. O Pucky, marido da Alessandra, não fala português... ainda (Sei que um dia ele vai aprender ;-)). O Phillip (olha a coincidência dos nomes dos nossos pimpolhos!), o filho mais velho deles, compreende alguma coisa e fala algumas palavras. E a Giuliana, a filha mais nova, fala português o suficiente pra gente se comunicar. Fiquei sabendo que o nome dela foi escolhido em minha homenagem e vocês não podem imaginar o quanto fiquei emocionada com isso! Ela e o Felipe já se deram bem de cara e brincaram muito! Os dois têm 20 dias de diferença de idade. E o Felipe ficou extremamente impressionado com o Phillip, com as várias medalhas de natação que ele tem no quarto, com o quanto ele é aplicado nos estudos... Posso dizer que o Phillip virou o ídolo do Felipe! De minha parte, decidi aprender alguma coisa de alemão. Nem que sejam algumas palavrinhas... Quando eles vierem nos retribuir a visita quero poder trocar algumas frases sem (muita) mímica com o Pucky! Realmente, foram dias muito legais que vão ficar pra sempre na memória e no coração.

Na volta pra França, mais neve. MUITO MAIS neve! Chegamos a Nancy e a cidade inteira tinha virado pista de patinação no gelo. Sem exagero nenhum não tinha nenhum pedaço de asfalto descoberto. Era tudo com uma grossa camada de neve por cima e pra achar o endereço do hotel, depois de 11 horas de viagem, não foi nadinha divertido. A temperatura naquele momento era de agradáveis onze graus! Abaixo de zero! No hotel nos desaconselharam colocar o carro no estacionamento, já que pra entrar era uma rampa e, vocês sabem, pra baixo, todo santo ajuda. Mas pra cima. Acho que nem São Pedro, que naquele momento devia estar se vendo louco com nossos próprios pedidos de “Tá bom! Ta bom! Chega de neve!!!”. O importante é que, mais uma vez, chegamos sãos, salvos e congelados. Detalhe. Tudo bem.

Último dia de viagem, já na volta pra casa, chegamos a Rouen. Era 31 de dezembro, dia de ano novo e é claro que a gente não esperava saravá na beira da praia, principalmente porque a cidade não fica à beira mar. Mas nunca podíamos imaginar o tipo de Ano Novo que teríamos...

Tivemos uma sorte danada de achar um restaurante aberto perto do hotel, com um pessoal super simpático pra atender e uma comida muito gostosa. Obviamente não foi uma ceia de ano novo com lombo recheado, farofa e muita fruta tropical, mas quebrou um bom galho a nossa comidinha chinesa...

Daí, próximo de meia-noite, fomos ao centro da cidade procurar a queima de fogos. Ano novo sempre tem queima de fogos, né? Até em Quixeramobim do Oeste deve ter queima de fogos no ano novo, porque em Rouen não teria? Demos uma olhada nas margens do rio, mas não vimos nada. Fomos até o centro da cidade e estacionamos o carro do lado da catedral, que é famosa e realmente impressionante. Iluminada à noite é ainda mais bonita do que de dia, só que, nada! Descemos pra andar ali pelas imediações. Chegamos à praça em frente à catedral e vimos um grupo de pessoas tocando uma música bem animada. Ah bom! Então ia ser ali.

Não tinha muita gente além dos músicos. Algumas pessoas, nós inclusive, começaram a se aproximar. Deu pra notar que os músicos se juntaram meio por acaso, ou seja, não era nada preparado pela prefeitura da cidade, por exemplo. Quem chegou por ali, mais uma vez, nós inclusive, também veio meio perdido, meio sem rumo. Algumas garrafas de vinho que passavam aqui e ali mostravam que a alegria da moçada era meio inspirada por Baco. E o tempo foi passando, passando... A Ana Luíza não quis nem saber: caiu na gandaia ali mesmo. Dançou a valer. Só que o tempo passava, e já estávamos perto da meia noite, quando então...

10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... e... NADA!

Ouvimos uns três buscapés que alguém soltou de uma janela, e SÓ! Pode até ser que não tenha sido nem um buscapé mesmo, mas alguém com um ataque súbito de flatulência, mas não quero nem pensar nessa hipótese. Se teve queima de fogos na cidade, foi silenciosa e escura. Talvez seja alguma técnica moderna, sei lá. Mas os chineses inventaram há pólvora há milhares de anos e eu sempre ouvi dizer que não se mexe em time que está ganhando. Até pode ser que fogos silenciosos e escuros sejam mais modernos, né? Vai saber! O que eu sei é que esse foi o ano novo mais estranho que eu já passei na minha vida!

Andamos ainda um pouco pelo centro, meio inconformados, para enfim nos resignarmos e voltarmos ao hotel. Adeus 2005, bem vindo 2006!

2006 começa cheio de novidades! A primeira delas: vamos para o Brasil em julho!!!

Tudo bem, sei que a grande maioria dos nossos quatro leitores deve estar se dizendo: “Mas que novidade é essa?! A gente sempre soube que eles voltariam em julho de 2006!”. A novidade, moçada, é que a gente vai... mas volta! É isso mesmo. Vamos dar uma espichada na nossa aventura francesa. Até quando? Bem, eu só vou poder responder a essa pergunta quando estivermos dentro do avião de volta... Até dezembro de 2006, com certeza ficamos por aqui. Mas existe a possibilidade de termos de ficar até junho de 2007. Isso quer dizer que a data da nossa volta definitiva ao Brasil é um mistério tão grande quanto o terceiro segredo de Fátima, que é tão secreto que eu ouvi dizer que foi revelado, mas até hoje eu não sei do que se trata!

Por conta dessa prorrogação com gol de ouro, decidimos de uma vez por todas mudar de apartamento. Um quarto só, com a Ana Luíza crescendo, não dá mais. Só que uma mudança pra gente não é uma coisa assim tão simples... Envolve buscas, avalistas, propostas, documentos, papéis, enfim, uma função! Depois de três semanas de altos e baixos tivemos hoje a resposta de que os proprietários dos dois apartamentos pelos quais nos interessamos aceitaram a nossa proposta de pagar um ano de aluguel adiantado e, assim, não precisar de avalista. Agora é a nossa vez de decidir.

Portanto, galera, o hotel Martins está ampliando instalações e prorrogando o prazo de atividade. Quem se animar, ainda está em tempo de vir experimentar as minhas inigualáveis e modestas galettes! A mudança deve acontecer durante o mês de março, mas ainda não sabemos bem ao certo.

Vou contar uma coisa pra vocês. Eu sou uma pessoa que precisa da segurança do planejamento, preciso saber o que, quando, como e onde as coisas vão acontecer pra ficar tranqüila. Então vocês podem ter uma idéia do meu estado atual: vamos ficar mais, mas não sabemos até quando; vamos nos mudar, mas não sabemos exatamente pra onde nem em que dia. Das duas uma: ou eu me acostumo com o imprevisto, ou enlouqueço de vez! Vou tentar a primeira opção, vamos ver no que vai dar... Qualquer coisa vocês vão preparando uma camisa de força em patchwork pra mim pra quando a gente voltar...

E ainda tem mais!!! A parte boa ficou para o fim...

Nem sei mais em que pé estava a contagem das publicações do Vidal, acho que estávamos em duas, não é? Pois bem, nos últimos meses, Tam Tam Tam (ouviram a musiquinha do Senna?) a coisa deu uma acelerada e agora ele está com CINCO publicações! Legal, né? Fiquei acumulando pra contar tudo de uma vez! As rezas por aí estão dando resultado! Muito obrigada! Em compensação a nossa pança por aqui está só aumentando porque com tantas brigadeiradas a coisa já está começando a ficar feia! Acho que vamos ter de mudar de comemoração...

Essa quantidade de publicações quer dizer que o trabalho está bem encaminhado, mas, infelizmente, não quer dizer que já está no papo. Não! Com a gente nada é simples, quanto mais complicado melhor. Por isso, não vou nem tentar explicar como é que funciona um doutorado porque é necessário já ser doutor pra conseguir entender essa loucura! Só vou dizer por enquanto que as coisas estão no rumo e que tudo vai bem!

Bem, por hoje era isso. Foi bastante, né?

Estou com muitas histórias na cabeça, esperando o momento de saírem de lá e pularem para a tela do meu micro. Mas o tempo... ah, o malvado tempo... Quero fazer um esforço pra escrevê-las ainda antes da mudança. Não vou prometer nada, porque já cansei de fazer promessas nesse blog e não cumprir! Andei relendo coisas passadas e fiquei com vergonha de mim mesma. Quase me filiei a um partido político pra me sentir mais entre iguais (na turma dos que prometem e nunca cumprem...). Só estou tranqüila porque sei que na França não tem PROCON e eu, por enquanto, estou livre de processos por propaganda enganosa. Como eu disse agora há pouco, eu amo a rotina, mas minha rotina por aqui tem sido a completa falta dela... Vai ver que eu estava mesmo precisando de mais essa aprendizagem na minha vida...

Assim que eu fizer o post (é o termo “técnico” pra essas coisinhas que eu escrevo por aqui nesse blog), vou atualizar as fotos, incluindo as fotos da viagem. Prometo!

Ih! Esqueci e fiz de novo!

Fui!