domingo, maio 09, 2004

Gente, antes que eu me esqueça: eu ODEIO o clima desta terra! Tem um monte de coisas legais aqui, é verdade, mas o tempo... A temperatura hoje na hora do almoço era de CINCO graus! Isso porque estamos chegando quase no verão! Tem lugares aqui na França em que NEVOU! Eles dizem na televisão que não é normal para a estação esse frio, que está parecendo fim de fevereiro e não meio de maio, etc., etc., etc. Eles devem estar é querendo nos consolar somente. Se a gente não tivesse passado uns dias de calor aqui no ano passado quando chegamos, eu ia duvidar que um dia o verão vai chegar mesmo.

Desabafo feito, quero dar notícias da Ana Luíza. Semana passada fomos ao médico para a consulta normal dos quatro meses, vacinas e tudo o mais. Ela está super bem: 5,780Kg e 61,5cm. Crescendo e se desenvolvendo da melhor maneira possível. Claro que ela chorou muito na hora das vacinas, o que é compreensível. O Felipe ficou chocado! Sentimos que ele realmente sofreu com o sofrimento dela. Mas, a vida é assim mesmo e as vacinas são necessárias, não é? Aí vai uma foto:


No mais, estamos todos bem. Esta semana começamos a fazer academia, o Vidal e eu. Estava na hora de acabar com aquela história de "estamos fragilizados, por isso estamos nos afogando nos chocolates, e essa barriga caindo sobre o cós da calça é só coisa da nossa imaginação..." e por aí vai. Nada disso! Desde o início dessa semana jantamos salada e vamos à academia! Sexta-feira de manhã o Vidal não conseguia levantar os braços e eu, as pernas. Cheguei a sugerir que a gente fizesse uma mistura de nós dois, mas o Vidal, sabiamente, concluiu que daí teríamos uma pessoa completamente inválida e uma boa no lugar de dois semi-inválidos. Ele tem razão! Daqui a um mês eu volto a falar para contar os resultados!

Olha, desculpe voltar nesse assunto, mas não dá para falar só de castelos e lendas. Essa parte da nossa vida aqui é muito legal, mas só acontece de vez em quando. Nosso dia-a-dia é bem menos chique: sou eu com as minhas panelas e panos de chão e o Vidal com seus livros e artigos. Então, lá vai: ressurgiram esperanças de eu conseguir acabar com as manchas no chão da sala! Vocês sabem, eu já tinha me resignado a elas. O apartamento é de 1970, eu sou de 1969. Portanto, temos quase a mesma idade. Se eu mesma já tenho algumas manchas que não consigo tirar, porque o pobre do apartamento também não poderia ter? Mas, um fato fez renascer a possibilidade de eu acabar com elas.

O que aconteceu foi o seguinte: na terça-feira passada, dia do faxinão, eu fui tomar água na cozinha e, olhando para cima, pensei: "Nossa! Esse lustre da cozinha continua um horror!". Como era o dia da faxina e eu ainda não tinha encerrado o expediente, tive de encarar o gorduroso lustre. Tentei tirá-lo para lavá-lo com água e muito detergente, mas ele não sai de lá. Fiquei pensando em como resolver aquilo e lembrei de um limpa-forno que eu usei aqui. O produto é ótimo: é uma espuma que a gente espirra nos lugares sujos do forno, deixa agir por meia hora e depois passa uma esponjinha. É incrível, mas todas aquelas cracas do forno saem na maior facilidade. E não é propaganda enganosa, não. Bem, como tinha sobrado limpa-forno, tive a brilhante idéia de usá-lo no lustre, que é de vidro. Espirrei o bicho no lustre e voltei para a faxina do banheiro.

Voltei, passei um paninho, saiu toda a gordura, as mosquinhas mortas (credo!) e o lustre ficou um chuchu! Vi que tinha pingado limpa-forno no chão. Tudo bem. Peguei um paninho para limpar e foi aí que, aterrorizada, percebi que no lugar em que tinha caído o limpa-forno tinham ficado umas manchas brancas no piso. Pensei: "Putz! Manchei o chão da cozinha! Lá se vai a caução que pagamos pelo apartamento!" Meu terror durou poucos segundos, porque percebi que não é que o chão tinha ficado manchado naquele lugar. Na verdade, ele tinha ficado LIMPO! O limpa-forno tinha limpado a sujeira do chão.

Não acreditei! Espirrei limpa-forno em uma área um pouco maior perto das manchas, deixei agir e limpei. O piso ficou realmente limpo! Daí, não tive dúvida, comecei a espirrar limpa-forno no chão de toda a cozinha! Arrastei fogão, geladeira, armário, tudo! Assim como Jack, o Estripador, eu ia fazendo a limpeza por partes. No fim do dia tinha acabado o limpa-forno e ainda tinha bastante cozinha! Tive de parar, mas tirei até uma foto pra vocês terem uma idéia do meu pasmo!


A parte clara, é a que está limpa, é óbvio! Aquela "rodinha" na parte suja foi o lugar onde tudo começou...

Claro que à noite eu não conseguia dormir de tanta dor nos braços. Porque o produto tira sujeira com facilidade, mas quando a sujeira já tem mais de 30 anos a gente tem de dar uma esfregadinha... Só consegui terminar o trabalho na terça-feira seguinte, mas fiquei feliz. O Felipe passou a ter dificuldade para se equilibrar só de meia na cozinha de tão lisinho que o chão ficou. E nós agora temos de usar óculos escuros para entrar lá: de dia porque o chão está refletindo a claridade de fora, à noite, porque o lustre está tão limpo que a lâmpada realmente consegue iluminar!

Diante disso, comecei a pensar na possibilidade de fazer o mesmo nas manchas da sala, mas já estou desistindo. Pelo jeito não dá pra limpar só uma parte e a possibilidade de esfregar de esponjinha o chão da casa toda não me agrada nem um pouquinho! Vamos ver o que vai dar! Eu já estava conformada com elas mesmo, não é? Pelo menos agora eu sei que elas estão lá porque eu quero e não porque me venceram...

Ei! Pensei uma coisa agora! E seu eu usasse o limpa-forno nas minhas próprias manchas? Não, não... Acho que não ia ser legal! Melhor esquecer...

Bem... vou ficando por aqui. Estou revoltada! Hoje tínhamos combinado de fazer um piquenique mas, com um frio desses, quem é que se anima a sair de casa? Ai que saudade da nossa terrinha!

Antes de terminar só gostaria de dar uma boa notícia! O Felipe já está almoçando regularmente na escola! Até ganhou o boneco do Homem-Aranha que tínhamos prometido nos idos do mês de novembro! Na sexta-feira, quando fui buscá-lo, escutei um monte de elogios da professora e fiquei muito orgulhosa. Ai! Mãe-coruja é fogo!

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